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se eu morrer morres também?
e depois eterno esse amor de mais ninguém?

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o teto cabelo desalinhado acordo a pensar que habito todas as tuas canções só por acreditar que sim e medo de te perguntar 

escrevo antes um poema 

é que a verdade segredo-ta ao ouvido diz-se com melodias noturnas que da nascente à foz são nem que seja a fingir nem que seja invenção minha 

linha a linha nota a nota um desejo teu um desejo meu um retrato quem sabe de nós

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eu tentava explicar: o caminho é       

como para te dizer sem te dizer que eras tu 

mas por alguma razão foi sempre só meu é sempre apenas tão só o caminho de cada um 

e assim lá fomos caminhando paralelamente sem dizer palavra 

sem nunca nos darmos as mãos em lugar algum

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e de que me serves tu se na queda mar gelado apenas silêncio 

se nenhum beijo se nenhuma canção se nenhuma mão se nenhum abraço apertado?

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e por vezes um intervalo precipício nada 

espaço vazio nenhuma margem onde chegar 

para quê uma ponte apetece-me perguntar primeiro 

o silêncio depois 

o eco a resposta sem voz: a ponte somos nós

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eu sei 

nem darás por mim se eu me for 

como quando na primavera morre uma andorinha uma borboleta uma flor
 

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de fragmentos palavras (de amor? de beijos?) se faz cada frase dia (a_dia_do e_ternamente) até ao nunca instante sítio escondido (desejado) em que tudo faça (o perfeito) sentido (com melodias sonhado?)

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diz que é possível diz assim devagarinho que é verdade 

nascem voos no coração outra vez mesmo depois da saudade 

que podemos morrer de dor sem perceber até de amor 

mas depois devagarinho o tempo vem sábio sussurro e sem remédio nenhum 

vazio um fado novo outro navio primavera asa forte renascer 

diz

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e um dia um dia vou chamar-lhe amor e o caminho todo vai perder o chão vai de asa em asa 

vai mudar de cor

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e se um dia? e se uma vez? e se depois? e se por fim? e se agora? e se sim? e se talvez?

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eu sou muitas eu sou muitas dizia-te com urgência 

ramificando a alma em sombras cada vez mais finas lentamente à tua espera 

diluindo-me na luz molhada salgada até desaparecer(es)