junho 30, 2013

41

eu dizia baixinho quando acordava o dia porque acreditava 
os sonhos moram inquietos numa casa longe sem palavras nem paredes 
e depois adormecia


junho 28, 2013

40

nunca desistir 
dança parada aninhada delicadamente em silêncio 
à espera num degrau a caminho da lua


junho 18, 2013

39

sombra inevitável nenhuma luz contraste 
o desejo morre na fina dor da transparência 
pode ser tudo pode ser talvez pode ser um dia pode ser quase 
ou nada


junho 16, 2013

38

cada segundo cada minuto cada pedaço de tinta de ti de mim 
prece nesse muro 
tempo que nunca foi não será nem se_quer acontece




junho 15, 2013

37

e depois existes tu cor que ninguém vê 
palavra absolutamente impossível perfumada segredada  
mel que ninguém  lê


junho 12, 2013

36

de sombra em sombra caminho(-te) como se fosse barco 
tu horizonte imenso cor de azul menino
diz-me: como é ser assim quase meu quase destino?


junho 10, 2013

35

entrelinha entrenó sussurro metáfora abstrata pintura 
e como lá chegar se tanta grade perdura muro parede 
a desenhar nenhum laço espaço distância entre_nós_
linhas


34

que sombra que linha que pedaço que resto que luz 
que nenhuma viagem que célula que poema que luar saudade 
que metade que horizonte que ferida página aberta que palavra invisível 
que pergunta espera só e ainda?



junho 09, 2013

33

diz com palavras exatas o que no corpo (se) passa 
conjuga o verbo solidão silêncio desejo o verbo verbo devagar
diz e prometo não pedir nunca mais
nem perguntar






32

acordo gaveta fechada sem memória dos sonhos 
espreito devagarinho e tudo regressa
devagar sabor a domingo sem angústia
sem desassossego

sem pressa


junho 08, 2013

31

anoitece
e a_noite_tece lado a lado linhas umas vezes tuas outras vezes minhas
outras vezes uma só          
acontece